Imagem: Bruno Peres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em seu discurso de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), que a emergência climática é, essencialmente, uma crise de desigualdade. O evento, realizado pela primeira vez na Amazônia, bioma crucial para a regulação global do clima, tem como desafio central recolocar o tema das mudanças climáticas no topo das prioridades internacionais.
A Crise de Desigualdade Global
Lula enfatizou que a crise climática "expõe e exacerba o que já é inaceitável", aprofundando a lógica que dita "quem é digno de viver e quem deve morrer".
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O presidente defendeu que uma "transição justa" deve obrigatoriamente contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, desequilíbrio forjado ao longo de séculos de emissões por parte dos países desenvolvidos.
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Ele alertou que o aquecimento global pode levar milhões de pessoas à fome e à pobreza, revertendo décadas de progresso social.
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Lula ressaltou a importância de políticas de adaptação que considerem o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre grupos mais vulneráveis, como mulheres, afrodescendentes, migrantes e comunidades tradicionais.
Críticas aos Negacionistas e Apelo à Urgência
Em um tom incisivo, o presidente também criticou duramente os movimentos negacionistas que rejeitam a ciência e atacam o multilateralismo, pedindo que seja imposta uma "nova derrota aos obscurantistas".
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Lula afirmou que o mundo vive um "momento de escolha": mudar por escolha ou ser ditado pela tragédia.
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Ele comparou os gastos globais com conflitos armados aos investimentos necessários para combater a crise, defendendo que é "muito mais barato cuidar do clima do que fazer guerra".
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Ao encerrar seu discurso, Lula citou o xamã Yanomami Davi Kopenawa, pedindo que a serenidade da floresta inspire nos negociadores a "clareza de pensamento" necessária para a ação.
O Papel do Brasil e da Amazônia
O presidente reafirmou o papel fundamental dos territórios indígenas e das comunidades tradicionais nos esforços de mitigação climática, citando a preservação das florestas e a regulação do carbono. Ele lembrou que mais de 13% do território brasileiro é composto por áreas demarcadas para povos indígenas e sugeriu que "talvez ainda seja pouco".
Via: Agência Brasil
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