Imagem: Anton Petrus / Getty Images

BRASÍLIA – O Governo Federal, sob a gestão Lula, pode acumular um total de gastos fora das metas fiscais – os chamados “furos no teto” – que se aproximam dos R$ 400 bilhões no período de 2023 a 2026. A estimativa foi levantada pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, e preocupa economistas devido ao impacto direto na dívida pública do Brasil.

O levantamento aponta que a cifra inclui despesas já contratadas ou “em contratação”, e mesmo que não contem para o cumprimento das metas fiscais, estas despesas elevam o endividamento do país.

Detalhes da conta bilionária:

• 2023: Houve a aprovação da chamada “PEC da Transição” pelo Congresso, que permitiu gastos bilionários como a elevação do Bolsa Família para R$ 600, além da abertura de R$ 93 bilhões em crédito para a quitação de precatórios (dívidas judiciais) atrasados.

• 2024: Mesmo com o novo Arcabouço Fiscal em vigor, o governo recorreu ao "furo no teto" com R$ 29 bilhões destinados ao decreto de calamidade pública para socorrer o Rio Grande do Sul após as enchentes.

• 2025 e 2026: A projeção considera despesas futuras, como os precatórios para 2026 (R$ 57,8 bilhões), investimentos de estatais e R$ 9,5 bilhões para socorrer empresas afetadas pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos (dependendo de aprovação do Congresso).

A preocupação é que o excesso de gastos paralelos comprometa a credibilidade da política fiscal. Murilo Viana, especialista em contas públicas, alerta que "Quando o governo estabelece volumes tão expressivos fora da meta, ele gera desconfiança quanto à capacidade e interesse efetivo do governo de cumprir com o compromisso assumido”.

O endividamento é o principal reflexo: a IFI projeta que a relação entre Dívida Pública e Produto Interno Bruto (PIB), que estava em cerca de 74% em 2023, deve ultrapassar 82% até 2026, sinalizando um caminho de instabilidade para as finanças nacionais.
Via: CNN Brasil 

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